8.05.2013

Lady Inferno - Grim Love (2013)


Foi lançado hoje o novo EP de João Tomé Pereira, mais conhecido no mundo musical como Lady Inferno, a aguardada segunda parte de Grim Love já está aí para ser ouvida e sacada gratuitamente no seu bandcamp. Hoje analisa-se, precisamente, a primeira metade desta espécie de EP duplo, lançado com apenas alguns meses de diferença.

No ano transacto, tinha-se ouvido um disco bastante promissor e muito completo, o Weakling, que mostrava toda uma nova faceta deste músico com origens na "terra mais bonita de Portugal" e, também, uma nova direcção musical com potencial para se assumir como bastante relevante na música electrónica actual. Este Grim Love começa da melhor maneira com a faixa título, perfeito para ouvir numa aparelhagem que tenha a habilidade de puxar pelo espectro mais grave do equalizador. Uma autêntica máquina de dança bastante impressionante e, para mim, um grande upgrade no campo da produção musical em relação ao Weakling. Oito minutos passados a correr depois, ouve-se "Through The Looking Glass", uma música que me faz um pouco mais de confusão em termos da tão amada produção da anterior, mas, ainda assim, uma boa música que demonstra claramente a diferente direcção musical objectivada para este EP, com muito mais ênfase nos graves super profundos, mas continuando com as ideias de mood e de pinturas musicais através de pequenos elementos distintos que no final, todos juntos, formam uma ideia bastante concisa.

A terceira música, "Basic Instructions On How To Attend Your Own Funeral", é, sem dúvida, a que menos gosto no registo. Ouve-se bem e passa rápido, tem algum interesse no campo das cores que a música consegue representar e na sinestesia da mesma, mas não me consegue agarrar tanto como a que vem a seguir: "Always See Everything" entra directamente para o top 3 das canções do músico, sendo fruto de grande inspiração e um hino às músicas bonitas que quase nos fazem chorar. Esta toca bastante cá dentro, uma das músicas do ano para mim. O uso perfeito do piano delicado, que só peca por, no início da canção, estar um pouco afundado na produção, a progressão de acordes perfeita, a prestação vocal que atinge aqui o ponto alto no registo, a mudança a meio da música: está tudo no ponto. Perfeito, diria eu. E agora com licença que vou ouvir o Old Love.


8.8/10

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