Foi lançado hoje o novo EP de João Tomé Pereira,
mais conhecido no mundo musical como Lady Inferno, a aguardada segunda parte de
Grim Love já está aí para ser ouvida e sacada gratuitamente no seu bandcamp.
Hoje analisa-se, precisamente, a primeira metade desta espécie de EP duplo,
lançado com apenas alguns meses de diferença.
No ano transacto, tinha-se ouvido um disco
bastante promissor e muito completo, o Weakling, que mostrava toda uma nova
faceta deste músico com origens na "terra mais bonita de Portugal" e,
também, uma nova direcção musical com potencial para se assumir como bastante
relevante na música electrónica actual. Este Grim Love começa da melhor maneira
com a faixa título, perfeito para ouvir numa aparelhagem que tenha a habilidade
de puxar pelo espectro mais grave do equalizador. Uma autêntica máquina de
dança bastante impressionante e, para mim, um grande upgrade no campo da
produção musical em relação ao Weakling. Oito minutos passados a correr depois,
ouve-se "Through The Looking Glass", uma música que me faz um pouco
mais de confusão em termos da tão amada produção da anterior, mas, ainda assim,
uma boa música que demonstra claramente a diferente direcção musical
objectivada para este EP, com muito mais ênfase nos graves super profundos, mas
continuando com as ideias de mood e de pinturas musicais através de pequenos
elementos distintos que no final, todos juntos, formam uma ideia bastante
concisa.
A terceira música, "Basic Instructions On How
To Attend Your Own Funeral", é, sem dúvida, a que menos gosto no registo.
Ouve-se bem e passa rápido, tem algum interesse no campo das cores que a música
consegue representar e na sinestesia da mesma, mas não me consegue agarrar
tanto como a que vem a seguir: "Always See Everything" entra directamente
para o top 3 das canções do músico, sendo fruto de grande inspiração e um hino
às músicas bonitas que quase nos fazem chorar. Esta toca bastante cá dentro,
uma das músicas do ano para mim. O uso perfeito do piano delicado, que só peca
por, no início da canção, estar um pouco afundado na produção, a progressão de
acordes perfeita, a prestação vocal que atinge aqui o ponto alto no registo, a
mudança a meio da música: está tudo no ponto. Perfeito, diria eu. E agora com
licença que vou ouvir o Old Love.
8.8/10
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