7.28.2013

3 em 1 - #11

Sou um gajo muito bonito, dou o meu número em mensagem privada. Se estiveres interessada, já sabes. Contacta. Mas ya, isto não é um espaço de promoção pessoal, por isso... aqui fica mais um três em um. Espero que detestem, porque não vos curto. Excepto a ti, claro, que estás a ler isto.

Slow Warm Death - Slow Warm Death (2013)
'Tá fixe, Arctic Monkeys para gente crescida.
Slow Warm Death é uma banda que quase ninguém conhece  - hipsters, cheguem cá todos  -, mas que muitos de vocês, aficionados de bandas como Arctic Monkeys e derivados, deviam conhecer. E digo-o com conhecimento de causa, que se ouçam as três músicas que desenlaçam o disco homónimo da banda norte-americana para que se ganhe consciência que uma das influências vitais no processo de mecanização da sonoridade dos SWD são, indubitavelmente, os tempos em que a banda do cabelo azeiteiro de Alex Turner, como já aqui alguém os definiu, se preocupava realmente em fazer música. Fora disso, aquilo que se pode esperar é garage rock de qualidade inegável. Nem sempre muito primorosa, algo irregular, mas quando tudo está no sítio fabricam-se malhas tão desconcertantes como Sleep, que é um série candidato a melhor primeira música de um álbum de 2013, ou Kill You. Está no spotify e tudo, agora vá: caguem de vez nos Arctic Monkeys, já não estamos em 2008, e ouçam estes gajos.

Nota final: 7.7/10

             The National  - Trouble Will Find Me (2013)
The National é fixe e fofo, mas está-se a tornar sempre a mesma cena :/
Tudo o que têm a saber acerca dos The National é que estes são uma das bandas com uma melhor obra discográfica desde 2005. Trouble Will Find Me, o novo longa-duração, não nos dá nenhuma outra noção que não essa, porém a receita que os norte-americanos nos têm oferecido desde 2003, ou até desde 2001 (com o disco homónimo), parece já começar a cansar um pouco. Não é que Trouble Will Find Me esteja um disco chato, mau ou algo do género; o disco está razoavelmente bom. Mas, pá, e um pouco de mudanças sonoras? Bem, talvez elas não sejam precisas. O pessoal continua a gostar, eu também. Mas quando o amor se rege pela mesmice, tal como os The National se mantêm pela mesmice sonora, parece existir uma trave, uma fronteira. É a fronteira de que nem tudo começa a estar bem. When routine bites hard, love will tear us apart.

Nota final: 7.0/10

                               Sigur Rós  - Kveikur (2013)
Esqueçam o Valtari, os Sigur Rós estão de volta.
1999, Agáetis Byrjun. Tivesse uma qualquer banda uma obra tão, mas tão grande como Agáetis Byrjun que nem precisava de mais nada para ter uma discografia mais rica que noventa e nove por cento das que por aí existem. A cena é que os Sigur Rós não são uma banda qualquer, estão na verdade muito longe de o ser; são um dos nomes que dão singularidade ao post-rock, sendo que são indubitavelmente pioneiros ao conferir uma maior propensão ambiente ao movimento. Tudo isso seguiu-se nos restantes discos dos islandeses, () ou Tákk são exemplos maiores disso. No ano passado lançou-se o execrável Valtari, uma das grandes desilusões do ano. Este ano, com Kveikur, compensaram, e de que maneira, o falhanço de seu antecessor. O que mudou de 2012 para 2013? Arrisco-me a dizer que quase tudo mudou. Se a preocupação de Valtari era a de nos gerar paisagens calmas, tranquilas e belas como o gelo islandês, a de Kveikur é sobretudo a de nos chocar; a filosofia sónica é, de certa maneira, idêntica à de Agáetis Byrjun. E é-o de uma maneira peculiar, pescando as passagens mais pesadas como de, por exemplo, Ný Batterí e mesclando-as com as vozes acalmantes que já lhes são bastante características. Kveikur é todo ele assim, vive sempre nos dois polos – no mais pesado e sombrio, o mais notório e a grande vitória do disco, e naquele que se adivinha mais terapêutico, capaz de nos reconfortar com aquelas vozes quase mágicas. O que podia ser um risco, revelou-se um triunfo. E passados largos anos ainda temos Sigur Rós a fazer bons discos. Mas e agora, afinal sobre o que é que os gajos cantam? Nem interessa, sabe bem ter um sorriso na cara sem saber bem o porquê.
Nota final: 8.6/10

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