Sou um gajo muito bonito, dou o meu número em mensagem privada. Se estiveres interessada, já sabes. Contacta. Mas ya, isto não é um espaço de promoção pessoal, por isso... aqui fica mais um três em um. Espero que detestem, porque não vos curto. Excepto a ti, claro, que estás a ler isto.
Slow Warm Death - Slow Warm Death (2013)
'Tá fixe, Arctic Monkeys para gente crescida. |
Slow Warm Death é uma banda que quase ninguém conhece - hipsters, cheguem cá todos -, mas que muitos de vocês, aficionados de bandas
como Arctic
Monkeys e derivados, deviam conhecer. E digo-o com conhecimento de causa,
que se ouçam as três músicas que desenlaçam o disco homónimo da banda
norte-americana para que se ganhe consciência que uma das influências vitais no
processo de mecanização da sonoridade dos SWD são, indubitavelmente, os tempos
em que a banda do cabelo azeiteiro de Alex
Turner, como já aqui alguém os definiu, se preocupava realmente em fazer
música. Fora disso, aquilo que se pode esperar é garage rock de qualidade inegável. Nem sempre muito primorosa, algo
irregular, mas quando tudo está no sítio fabricam-se malhas tão desconcertantes
como Sleep, que é um série candidato a
melhor primeira música de um álbum de 2013, ou Kill You. Está no spotify e tudo, agora vá: caguem de vez nos Arctic
Monkeys, já não estamos em 2008, e ouçam estes gajos.
Nota final: 7.7/10
The National - Trouble Will Find Me (2013)
The National é fixe e fofo, mas está-se a tornar sempre a mesma cena :/ |
Tudo o que têm a saber acerca dos The National é que estes
são uma das bandas com uma melhor obra discográfica desde 2005. Trouble
Will Find Me, o novo longa-duração, não nos dá nenhuma outra noção que
não essa, porém a receita que os norte-americanos nos têm oferecido desde 2003,
ou até desde 2001 (com o disco homónimo), parece já começar a cansar um pouco.
Não é que Trouble Will Find Me esteja um disco chato, mau ou algo do
género; o disco está razoavelmente bom. Mas, pá, e um pouco de mudanças
sonoras? Bem, talvez elas não sejam precisas. O pessoal continua a gostar, eu
também. Mas quando o amor se rege pela mesmice, tal como os The
National se mantêm pela mesmice sonora, parece existir uma trave, uma
fronteira. É a fronteira de que nem tudo começa a estar bem. When routine bites hard, love will tear us
apart.
Nota final: 7.0/10
Sigur Rós - Kveikur (2013)
Esqueçam o Valtari, os Sigur Rós estão de volta. |
1999, Agáetis Byrjun. Tivesse uma qualquer
banda uma obra tão, mas tão grande como Agáetis Byrjun que nem precisava de
mais nada para ter uma discografia mais rica que noventa e nove por cento das
que por aí existem. A cena é que os Sigur Rós não são uma banda
qualquer, estão na verdade muito longe de o ser; são um dos nomes que dão
singularidade ao post-rock, sendo que
são indubitavelmente pioneiros ao conferir uma maior propensão ambiente ao
movimento. Tudo isso seguiu-se nos restantes discos dos islandeses, ()
ou Tákk
são exemplos maiores disso. No ano passado lançou-se o execrável Valtari,
uma das grandes desilusões do ano. Este ano, com Kveikur, compensaram, e
de que maneira, o falhanço de seu antecessor. O que mudou de 2012 para 2013?
Arrisco-me a dizer que quase tudo mudou. Se a preocupação de Valtari
era a de nos gerar paisagens calmas, tranquilas e belas como o gelo islandês,
a de Kveikur
é sobretudo a de nos chocar; a filosofia sónica é, de certa maneira, idêntica à
de Agáetis
Byrjun. E é-o de uma maneira peculiar, pescando as passagens mais
pesadas como de, por exemplo, Ný Batterí
e mesclando-as com as vozes acalmantes que já lhes são bastante
características. Kveikur é todo ele assim, vive sempre nos dois polos – no mais
pesado e sombrio, o mais notório e a grande vitória do disco, e naquele que se
adivinha mais terapêutico, capaz de nos reconfortar com aquelas vozes quase
mágicas. O que podia ser um risco, revelou-se um triunfo. E passados largos
anos ainda temos Sigur Rós a fazer bons discos. Mas e agora, afinal sobre o que
é que os gajos cantam? Nem interessa, sabe bem ter um sorriso na cara sem saber
bem o porquê.
Nota final: 8.6/10
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