8.21.2013

3 em 1 - #12

Vou trabalhar daqui a uma hora, mas até lá a minha vida é uma seca do caraças. Por isso, se lerem isto, prometo-vos amor eterno.


Jacco GardnerCabinet Of Curiosities (2013)

Não é novidade que a neo-psychadelia esteja a viver em pleno 2013 tempos de glória, celebração e honra. Afinal os anos setenta nunca chegaram a morrer, a apagar-se, a enterra-se; longe disso, cada vez vemos novos nomes a lançarem-se ao legado daquela época: nomes como Tame Impala, Unknown Mortal Orchestra, Foxygen ou, mais recentemente, Jacco Gardner jamais deixarão que tal aconteça. E no caso último, uma particularidade que o diferencia dos restantes: não é só de uns The Beatles ou de uns Pink Floyd mais genéricos que este se aproveita, é mais do génio de Syd Barret, fundador dos Pink Floyd, nos seus registos a solo do que outra coisa. E isso só é bom, conduz a uma pop carismática, de corpo e alma, sem nhonhices em seu redor, sem viagens em vão, directa sem que a sua intenção por aí passe. E a verdade é que todo o Cabinet Of Curiosities, álbum de estreia do holandês, se reflecte um mimo.

Classificação final: 7.9/10



SavagesSilence Yourself (2013)

Diz-se que foram autoras de uns dos melhores concertos da edição deste ano do Optimus Primavera Sound. Não sabemos se assim foi, preferimos estar, se bem não nos falta a memória, a guardar um bom lugar para My Bloody Valentine depois de um concerto estrondoso de uns grandes Explosions In The Sky. A verdade é que o quarteto de senhoras que compõe as Savages é algo a ser levado em conta futuramente; em Silence Yourself houve hype, não muito grande, mas existente. Idolatradas por alguns melómanos, ao ouvir-se o seu disco de estreia sentimos que falta alguma coisa, alguma maturidade, alguma noção mais trabalhada do que é uma canção punk, alguma coesão. Não que o disco não tenha boas canções, Waiting For a Sign ou She Will, por exemplo, são boas malhas, mas o resto parece que está armazenado num tubo de ensaio à espera de uma experiência com melhores condições para que se trabalhe. Até lá, ansiamos por mais, Savages.

Classificação final: 7.2/10



And So I Watch You From AffarAll Heil Bright Futures

Reza a lenda que os ASIWYFA estiveram recentemente no Festival Paredes de Coura e que deram um dos melhores concertos do festival, não sei se é verdade ou não, não estive por lá. Mas acredito que sim, que tenham dado, especialmente depois de terem acrescentado à sua bagagem All Heil Brigth Futures. Pairará sempre a dúvida se este é um disco com uma vertente mais post-rock ou math-rock, mas a cena é que este até consegue ser um disco com potencial para meter toda a gente a gingar (que o diga o Gonçalo Loureiro e o vídeo que uma certa pessoa encontrou no youtube); se lhe chamarmos post-rock, faltam espaços para meditações, para ambiências, viagens e os habitués crescendos. Se lhe chamarmos math-rock, não lhe falta nada (é um disco com um trabalho de guitarras tremendo, um disco que se se tratasse de um rio corria com um caudal medonho), mas há excessos que não o permitem apenas assim definir, nomeadamente no que toca à estrondosa bateria (terá sido o toque Steve Albini?). Sinceramente, não sei o que é esta merda, apenas sei que se trata de um dos discos mais intensos do ano. (PS: O Luís Miguel Vieira é um merdas porque não curtiu do concerto. No mesmo campo, e não só, Sara Gomes, amo-te)

Classificação final: 8.6/10

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