Vou
trabalhar daqui a uma hora, mas até lá a minha vida é uma seca do caraças. Por
isso, se lerem isto, prometo-vos amor eterno.
Não é novidade que a neo-psychadelia
esteja a viver em pleno 2013 tempos de glória, celebração e honra. Afinal os
anos setenta nunca chegaram a morrer, a apagar-se, a enterra-se; longe disso,
cada vez vemos novos nomes a lançarem-se ao legado daquela época: nomes como Tame
Impala, Unknown Mortal Orchestra, Foxygen ou, mais recentemente, Jacco
Gardner jamais deixarão que tal aconteça. E no caso último, uma
particularidade que o diferencia dos restantes: não é só de uns The
Beatles ou de uns Pink Floyd mais genéricos que este
se aproveita, é mais do génio de Syd
Barret, fundador dos Pink Floyd, nos seus registos a solo do que outra coisa. E isso só é bom,
conduz a uma pop carismática, de corpo e alma, sem nhonhices em seu redor, sem
viagens em vão, directa sem que a sua intenção por aí passe. E a verdade é que
todo o Cabinet Of Curiosities, álbum
de estreia do holandês, se reflecte um mimo.
Classificação final: 7.9/10
Diz-se que foram autoras de uns dos melhores concertos da
edição deste ano do Optimus Primavera
Sound. Não sabemos se assim foi, preferimos estar, se bem não nos falta a
memória, a guardar um bom lugar para My Bloody Valentine depois de um
concerto estrondoso de uns grandes Explosions In The Sky. A verdade é
que o quarteto de senhoras que compõe as Savages é algo a ser levado em conta
futuramente; em Silence Yourself
houve hype, não muito grande, mas existente. Idolatradas por alguns melómanos,
ao ouvir-se o seu disco de estreia sentimos que falta alguma coisa, alguma
maturidade, alguma noção mais trabalhada do que é uma canção punk, alguma coesão. Não que o disco não
tenha boas canções, Waiting For a Sign
ou She Will, por exemplo, são boas
malhas, mas o resto parece que está armazenado num tubo de ensaio à espera de
uma experiência com melhores condições para que se trabalhe. Até lá, ansiamos
por mais, Savages.
Classificação final: 7.2/10
Reza a lenda que os ASIWYFA estiveram recentemente no Festival Paredes de Coura e que deram um
dos melhores concertos do festival, não sei se é verdade ou não, não estive por
lá. Mas acredito que sim, que tenham dado, especialmente depois de terem
acrescentado à sua bagagem All Heil
Brigth Futures. Pairará sempre a dúvida se este é um disco com uma vertente
mais post-rock ou math-rock, mas a cena é que este até
consegue ser um disco com potencial para meter toda a gente a gingar (que o
diga o Gonçalo Loureiro e o vídeo
que uma certa pessoa encontrou no youtube); se lhe chamarmos post-rock,
faltam espaços para meditações, para ambiências, viagens e os habitués crescendos. Se lhe chamarmos math-rock, não lhe falta nada (é um
disco com um trabalho de guitarras tremendo, um disco que se se tratasse de um
rio corria com um caudal medonho), mas há excessos que não o permitem apenas assim
definir, nomeadamente no que toca à estrondosa bateria (terá sido o toque Steve
Albini?). Sinceramente, não sei o que é esta merda, apenas sei que se trata de
um dos discos mais intensos do ano. (PS: O Luís
Miguel Vieira é um merdas porque não curtiu do concerto. No mesmo campo, e
não só, Sara Gomes, amo-te)
Classificação final: 8.6/10
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