4.24.2013

3 em 1 - #9



Heatsick - Déviation (2012)

Aqui está um disco feito com pouquíssimos meios, mas que soa melhor do que a maior parte da música mainstream. É um house/techno minimalista em sonoridade mas riquíssimo em melodias e ritmos viciantes, tornando a tarefa de permanecer imóvel perto de impossível. Música electrónica de teclado tocado à mão, é da maneira que o feeling e a noção de limite da repetição está nos braços e não no clique do rato, onde é só copiar e colar. Como em todo o house, aqui há alguma repetição, mas é tão hipnotizante e bem executada que passa mesmo muito bem, e com um replay value valente. A batida é quase sempre a mesma e faz-me lembrar o que se tocava nos "jambés" na altura do ciclo, aquela batida que sai quase instantaneamente que, por ser tão simples, é a que mais sentido faz ali. Os vocais da No Fixed Address são um exemplo da genialidade com que se torna o simples em bom neste disco.

Nota final: 8.8/10



Jewels - Só no fim (2013)

A ideia nem era de falar de álbuns simples, mas, já que aqui estamos, continuemos. Jewels é um projecto de metade das Pega Monstro. A metade baterista mostra a sua faceta melódica, lírica e intimista, num lo-fi que me soa demasiado bem para não o referir. Acho que de outra forma não seria tão bom porque as canções encaixam perfeitamente na sonoridade, assim como acontece nas Pega Monstro. Uma guitarra desafinada com acordes estranhos, mas bons, com a melodia vocal que interessa e as letras mais directas de sempre. Vale a pena conferir porque é de download gratuíto no bandcamp e só tem 8 minutos, mas que multiplicados pelas vezes que os vão ouvir podem-se tornar em algo bem maior.

Nota final: 8.0/10



Burial - Truant (2012)

Fugindo agora um pouco da simplicidade, mas não demasiado, apresento-vos o último single dum nome para muitos conhecido, e para alguns, como eu, idolatrado. Untrue já vai longe, e depois de Street Halo e Kindred espera-se cada vez mais deste génio. Ele tem conseguido mutar-se muito bem a cada lançamento, mantendo a sua sonoridade incrível e que é irreplicável sem que soe um autêntico rip-off. Isto tem o nome dele, alguém que tenta o mesmo vai-se sair mal. Uma coisa importante de referir é que isto pode ser um single, mas em termos de conteúdo é um álbum. Temos duas músicas (teoricamente, porque cada uma tem prai umas 4 partes diferentes) num total de quase 26 minutos, sempre interessante, sempre variado, com algumas partes mesmo muito boas, como o final da Truant. Isto é boa música electrónica com um formato e sonoridade diferente do habitual, parecendo uma mixtape de beats brutais e ambiências únicas. Ah, e é dubstep.

Nota final: 8.4/10


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