7.21.2013

3 em 1 - #10

Estivemos de férias, mas agora voltámos. Aqui está a prova:

Kanye West - Yeezus (2013)

Se Kanye West é Yeezus, então eu sou Deeus.

Falar-se do novo álbum de Kanye West sem se falar em Death Grips devia passar a ser punido por lei. Isto porquê? Porque sem aquilo que, sobretudo, The Money Store ou No Love Deep Web ofereceram de novo ao panorama do hip-hop experimental era quase impossível fazer-se um registo como Yeezus. Poderá soar a hipérbole, talvez até seja, mas a verdade é que não consigo olhar para malhas descomunais como I Am a God, I’m In It, Black Skinhead ou Blood On The Leaves sem me vir a cabeça a atmosfera absolutamente inóspita que a banda de MC Ride cria em qualquer uma das suas composições (e aí, talvez o exemplo maior que consiga dar seja mesmo a No Love, de NLDW). Não que esteja uma coisa totalmente igual, porque não está; é como se tratasse de Death Grips para meninos: está tudo lá, mas tudo em versão menos diabólica. E isso podia não resultar muito bem, mas no fim de contas o resultado é excelente. E para isso a produção do disco contou com nomes de peso, como Daft Punk ou TNGHT, apesar destes últimos serem uma das piores bandas de sempre e de quase arruinarem o disco (ouça-se Hold My Liquor). Yeezus desenlaça-se com Bound 2, a única música em que “olhamos” para ela e pensamos “Isto é Kanye West”. Mas a verdade é que tudo é Kanye West, e quase tudo continua no sítio certo. Um risco gigantesco, mas um triunfo ainda maior. 

Nota final: 9.0/10


            Queens Of The Stone Age ... Like Clockwork (2013)

Super Bock Super Rock é merda, mas...
Há muito que os Queens Of The Stone Age estão mais preocupados em fabricar música de carácter menos pesado do que aquilo que faziam inicialmente, como está, sobretudo, patente em Songs For The Deaf, de 2002. Porém, a receita mantém-se quase sempre a mesma: riffs maiores que a vida, uma voz já inolvidável de Josh Homme e quilates de ouro a banhar um legado já único na stoner rock. … Like Clockwork compra tudo isso, e comprova ainda mais: o novo dos QOTSA suplanta qualquer disco desde o próprio Songs For The Deaf. Pá, esqueçam a No One Knows só porque lá entra (lol, risos javardos) o Dave Grhrol (e sim, é um malhão do caralho). A I Appear Missing dá-lhe uns quinze a zero, fora de merdas, e para isso ouça-se a versão de álbum e não o single edit que saiu tempos antes de … Like Clockwork ter conhecido a luz do dia. E mesmo a julgar pela primeira amostra que houve do registo, My God Is The Sun,  está tudo onde deve estar: há a certeza que a salvação, dentro do rock, ainda é uma máxima e quando tudo necessita de abrandar o passo, existem momentos abrasivos que nos vão acalmando os ouvidos. O disco é todo ele assim, e, por isso mesmo, é, por certo, um dos grandes discos do ano. 

Nota final: 8.7/10

                           Mikal Cronin MCII (2013)

Melhor disco... na categoria "disco mais choninhas do ano".
A primeira vez que ouvi MCII foi género “Ya, está fixe”. Ouvi a segunda vez, comecei a enjoar. Ouvi a terceira, filho da puta do gajo e da sua voz choninhas como o caralho. É certo que o gajo vai ao Milhões de Festa, e que, por isso, devia estar a falar bem do menaço. Só que ya, não suporto o filho da puta do gajo. Também podia estar a falar bem dele só porque já teve uma colaboração com o Ty Segall e assim, mas, pá, não suporto o filho da puta do gajo. Também podia estar a falar bem do gajo porque o disco dele teve uma aceitação da crítica bastante positiva, mas, pá, não suporto o filho da puta do gajo. É que em termos de trabalho de guitarra, MCII não é um disco mau, longe disso. Mas depois o gajo canta. E canta mal. Bastante mal. Ele não canta, porque tem uma voz choninhas como o caralho. Citando Romário, esse astro brasileiro, “Mikal Cronin, cara, calado você é um poeta”. 

Nota final: 0.5/10 #hypespitchfork

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