3.17.2013

3 em 1 - #7

O 3 em 1 de hoje só fala de bandas que não interessam a ninguém, por isso, se fosse a vocês, dava meia volta e não perdia mais tempo nenhum com isto.




Joy Orbison - Ellipsis (2012)


Um dos produtores mais promissores quando este género (future garage/dubstep/etc) estava em explosão revelou-se uma desilusão. O adiamento do lançamento de um longa duração, ou falta de interesse do próprio em fazê-lo, fez com que o hype se desvanecesse. Single após single, Joy Orbison não tem feito nada de transcendente como tinha feito em Hyph Mngo ou Smother, duas das melhores músicas que alguma vez ouvi no género, mas encontra aqui alguma melhoria em relação a outros lançamentos. O problema é que essa melhoria se deve muito ao b-side, um remix do outro mundo que é melhor que a própria faixa single, coisa que não abona nada a favor do futuro do outrora grande Joy O. Resta esperar que alguém se lembre de o trazer de volta a Portugal num lugar que não seja Lisboa (olá Milhões de Festa, estão a ler?) para ver se as sets live do senhor são assim tão boas como dizem. 
Nota final: 6.3/10




Red Guitars - Slow to Fade (1984)


Red Guitars é talvez a melhor explosão de alegria que encontrei nos últimos tempos. É um post-punk quase ska provavelmente muito inspirado pelos saudosos e icónicos The Clash, por isso, quem gosta destes últimos, tem aqui uma excelente oportunidade de descobrir outra banda de interesse dos anos 80. Ao contrário da esmagadora maioria do post-punk, este álbum é mesmo muito feliz e cheio de melodias solarengas e bem dispostas, cheio de guitarras balançantes e viciantes, linhas de baixo enormes e com uma produção que acho fantástica. Tão viciante como qualquer banda de punk-ska, mas com as ideias mais artísticas e interessantes do post-punk. Ouve-se muitos ecos deste género, assim como de música do mundo por vezes, mostrando assim a versatilidade e originalidade deste disco. Além disso, consegue ser inspiradíssimo do início ao fim, com autênticos hinos ao nível de muita coisa em London Calling
Nota final: 8.0/10




Kayo Dot - Choirs of the Eye (2003)


Lembro-me como se fosse hoje do concerto destes rapazes em 2009 no Passos Manuel (Porto), um evento com o custo quase simbólico de 8€ que se revelou avassalador, memorável e orgásmico para quem quis fazer esse investimento. Apesar de andar a ouvir o último disco deles neste momento, decidi recomendar-vos este álbum porque é, indiscutivelmente, o melhor. Além de ser o melhor, ganha o bónus de ser também um dos melhores álbuns de sempre. Mas sem merdas. É um bocado complicado de descrever, mas nota-se que é aqui atingido um ponto alto da música moderna, um marco por assim dizer. É preciso ouvir e dar-lhe o tempo necessário, porque quando começa a entranhar (e isso acontece rápido para quem já tenha os ouvidos treinadinhos) pode tornar-se perigosamente adorável e avassalador ao mesmo tempo. Se isto ajudar, têm um frontman que tanto faz lembrar Jeff Buckley como consegue atingir os gritos mais profundos e arrepiantes que já ouvi, principalmente ao vivo. Ao mesmo tempo ainda consegue ser guitarrista a tempo inteiro, com algumas das melhores peças que já ouvi. Este é um álbum obrigatório a qualquer verdadeiro amante de música, está dito. Nota final: 9.2/10

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