Ya, parece que estive de férias. Mas não estive, seus
cabrões. Pensem lá melhor na vida de pessoas que têm de trabalhar e dar
sustento cá em casa antes de as julgarem. É preciso manter a certeza de que há
alimento para os nossos filhos, foi isso que fiz. Agora que volto, escrevo-vos
novamente um 3 em 1. Desta feita, falo-vos de Shy Guy Says (lol,
quem?), Metz e Mono, made in Japan.
Shy Guy Says – Sucraphernia (2011)
lol, sgs? o que é essa merda? |
Quem são os Shy Guy Says? Não faço a puta da
ideia, sei apenas que são do caralho. Que género é? Não faço a puta da ideia,
sei apenas que é mais math rock que
outra coisa. Sucraphernia é um dos álbuns mais interessantes que descobri no
último ano: há uma abordagem sonora pouco delicada, muito suja (facto cimentado
pela produção demasiado lo-fi do
registo) a géneros como o post-rock. Convenhamos,
este disco deve ter sido gravado às três pancadas numa garagem qualquer de um
dos elementos da banda. E, talvez, até isso é isso que o torna tão desleixadamente
interessante: a entropia sonora apaixona-me. Pode não ser um disco perfeito, não
foi feito com esse fim… mas, pessoal, aqui até os interlúdios são malhões. Há
barulho em tudo. Um barulho desleixado. Um barulho pouco pensado mas que se
extravasa como delicadamente arquitectado. Sucraphernia foi pensado para que
fosse pouco, mas a verdade é que conseguiu ser muito: ouçam esta merda, por
favor. Nota final: 8.6/10
Gosto de Metzê-lo. Metzê-lo todo lá dentro. Gosto de metzer
respeito. Metzs respeito, tu? Metzam-se mas é no caralho, agora que já esgotei
os trocadilhos todos com Metz. Os Metz são canadianos, ya do
mesmo país que os enormes Godspeed You! Black Emperor ou que Arcade
Fire, e são quase uns putos. Poucos mais velhos que eu, mas crescidos o
suficiente para me dar uma sova do caralho, mesmo que essa sova seja puramente
sonora. Punk, post-hardcore, noise? Uma beca de tudo. O disco de estreia dos canadianos é bombástico. Caótico. Cenoso. São
estas as palavras que podem definir o dilúvio sonoro que os Metz nos proporcionam e recitam
durante os 30 minutos mais rápidos e incrivelmente leves de sempre. Tudo
explode em Wet Blanket ou tudo se gasta em Wasted, mas a verdade é que música
desta jamais se gastará nos nossos ouvidos. Estes cabrões metzem respeito. COM METZ,
ATÉ TE EXPLODES! Nota final: 9.1/10
Foda-se, caralho, merda para esta vida. Esta frase pode
resumir a minha tristeza por não os ter visto há uma semana atrás no Hard Club.
O For
My Parents está uma beca merdoso, muito ambiental e a puxar a carroça
para caminhos muito frios, lá no seio da Islândia, mas os Mono já nos provaram
que são uma das bandas que mais dá beleza e encanto ao post-rock. Em 2006, lançaram-nos um dos mais brilhantes alguns
dentro do género, intitulado You Are There. O álbum exprime toda
uma profundidade. Poucos dentro do género conseguiram ser tão viscerais. Vale
pelo todo e consegue agarrar-nos do início ao fim; das ambiências orquestrais
mais refinadas às explosões de barulho que nos concitam os sentidos. Das
paisagens mais quentes aclimadas pela brisa que o som dos nipónicos nos
proporciona aos ventos tempestuosos que se alevantam pelo caos instrumental que
nos aparece e nos enxovalha como se de apocalipse se tratasse. O resultado? Um
misto de emoções. Um misto que faz com que não nos saibamos sentir depois
de o ouvir. Um misto que nos leva a repensar nas coisas que brotam das nossas
acções. Um misto que nos vai comburindo a alma de uma maneira harmoniosa e
hipnótica. Nota final: 9.6/10
Sem comentários:
Enviar um comentário