3.03.2013

3 em 1 - #5



Ya, parece que estive de férias. Mas não estive, seus cabrões. Pensem lá melhor na vida de pessoas que têm de trabalhar e dar sustento cá em casa antes de as julgarem. É preciso manter a certeza de que há alimento para os nossos filhos, foi isso que fiz. Agora que volto, escrevo-vos novamente um 3 em 1. Desta feita, falo-vos de Shy Guy Says (lol, quem?), Metz e Mono, made in Japan.


Shy Guy SaysSucraphernia (2011)

lol, sgs? o que é essa merda?
Quem são os Shy Guy Says? Não faço a puta da ideia, sei apenas que são do caralho. Que género é? Não faço a puta da ideia, sei apenas que é mais math rock que outra coisa. Sucraphernia é um dos álbuns mais interessantes que descobri no último ano: há uma abordagem sonora pouco delicada, muito suja (facto cimentado pela produção demasiado lo-fi do registo) a géneros como o post-rock. Convenhamos, este disco deve ter sido gravado às três pancadas numa garagem qualquer de um dos elementos da banda. E, talvez, até isso é isso que o torna tão desleixadamente interessante: a entropia sonora apaixona-me. Pode não ser um disco perfeito, não foi feito com esse fim… mas, pessoal, aqui até os interlúdios são malhões. Há barulho em tudo. Um barulho desleixado. Um barulho pouco pensado mas que se extravasa como delicadamente arquitectado. Sucraphernia foi pensado para que fosse pouco, mas a verdade é que conseguiu ser muito: ouçam esta merda, por favor. Nota final: 8.6/10



MetzMetz (2012)

Com Metz até te quê? Isso mesmo.
Gosto de Metzê-lo. Metzê-lo todo lá dentro. Gosto de metzer respeito. Metzs respeito, tu? Metzam-se mas é no caralho, agora que já esgotei os trocadilhos todos com Metz. Os Metz são canadianos, ya do mesmo país que os enormes Godspeed You! Black Emperor ou que Arcade Fire, e são quase uns putos. Poucos mais velhos que eu, mas crescidos o suficiente para me dar uma sova do caralho, mesmo que essa sova seja puramente sonora. Punk, post-hardcore, noise? Uma beca de tudo. O disco de estreia dos canadianos é bombástico. Caótico. Cenoso. São estas as palavras que podem definir o dilúvio sonoro que os Metz nos proporcionam e recitam durante os 30 minutos mais rápidos e incrivelmente leves de sempre. Tudo explode em Wet Blanket ou tudo se gasta em Wasted, mas a verdade é que música desta jamais se gastará nos nossos ouvidos. Estes cabrões metzem respeito. COM METZ, ATÉ TE EXPLODES! Nota final: 9.1/10



MonoYou Are There (2006)

Fabricado no Japão
Foda-se, caralho, merda para esta vida. Esta frase pode resumir a minha tristeza por não os ter visto há uma semana atrás no Hard Club. O For My Parents está uma beca merdoso, muito ambiental e a puxar a carroça para caminhos muito frios, lá no seio da Islândia, mas os Mono já nos provaram que são uma das bandas que mais dá beleza e encanto ao post-rock. Em 2006, lançaram-nos um dos mais brilhantes alguns dentro do género, intitulado You Are There. O álbum exprime toda uma profundidade. Poucos dentro do género conseguiram ser tão viscerais. Vale pelo todo e consegue agarrar-nos do início ao fim; das ambiências orquestrais mais refinadas às explosões de barulho que nos concitam os sentidos. Das paisagens mais quentes aclimadas pela brisa que o som dos nipónicos nos proporciona aos ventos tempestuosos que se alevantam pelo caos instrumental que nos aparece e nos enxovalha como se de apocalipse se tratasse. O resultado? Um misto de emoções. Um misto que faz com que não nos saibamos sentir depois de o ouvir. Um misto que nos leva a repensar nas coisas que brotam das nossas acções. Um misto que nos vai comburindo a alma de uma maneira harmoniosa e hipnótica. Nota final: 9.6/10

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