2.16.2013

3 em 1 - #3



Esta é a terceira edição do 3 em 1. Este é o dia 16 do mês de Fevereiro. E este sou eu. Olá. Hoje estou aqui para vos falar de cenas porreiras, esqueçamos ódios e afins por alguns tempos: o dia de São Valentim Loureiro foi há dois dias, espalhemos o amor. Por isso mesmo, decidi falar-vos de três discos que foram paridos já em 2013 que gostei. São eles II, dos Unknown Moral Orchestra, You’re Nothing, dos Iceage, e We Are The 21st Century Ambassadors Of Peace & Magic, dos Foxygen.


    


Unknown Mortal Orchestra – II (Jagjaguwar, 2013)


O Lolnerism (ya, eu sei que o álbum se chama Lonerism) correu meio mundo em 2012 como sendo um dos melhores álbuns do ano. Pá, ya, tem alguns malhões. A cena é que esse disco também correu e parou para descansar pelas cabeças destes Unknown Mortal Orchestra: nota-se bem os traços dele na sonoridade de II, o segundo longa-duração desta banda, principalmente nos coros. A produção não muda face ao primeiro disco desta banda e mantém-se lo-fi, algo que acaba por funcionar bem com a vertente psicadélica do registo. Há momentos bastante bons, mas outros que desdouram os mesmos. O clímax do registo chega-nos com Faded In The Morning, aquilo que passa pela cabeça de toda a gente ao acordar de manhã. De resto, tive a gentileza de carregar essa música para o youtube, o que me rendeu perto de 10000 visualizações, por isso, ya: só tenho que gostar destes gajos. Em suma,  pode ser tameimpalizado, mas II revela-se um disco de qualidade bastante razoável e que tem em Faded In The Morning um malhão de todo o tamanho. Nota final: 7.2/10





IceageYou’re Nothing (Matador Records, 2013)



Punk que não é da idade do gelo, corrido em músicas rápidas, pujantes e desconcertantes. Não é música de se ouvir com os fones em baixo som, mas sim como eles a rebentar por todos os lados: aí sim, é possível sentir as guitarras vivaças da sonoridade dos gajos do país de onde é originário o Bendtner e, sobretudo, é possível sentir a voz de Johan Surrballe Wieth (bom nome), bem enfatizada pela produção. O disco é todo ele bastante homogéneo e coeso, quase tão coeso como natas batidas (lol, batidas) em castelo; as mesmas que se usam para fazer natas do céu. Individualizando, a minha música favorito do disco é a Morals, curioso é que tenho um amigo chamado João Morais (próps pela recomendação). Cintando-o “Sabes que estás bem na vida quando vês uns jovens dinamarqueses a berrarem o teu nome numa música”. Pá, ya. Em suma, pois. Isto é uma cena sem merdas onde os Iceage nos mostram a sua maturação face a New Bridages, álbum de estreia dos dinamarqueses lançado em 2011 e que também está um álbum do caralhão, diga-se. Um dos melhores discos do ano até à data. Nota fina: 8.3/10



Foxygen - We Are The 21st Century Ambassadors Of Peace & Magic (Jagjaguwar, 2013)



Já tínhamos uns filhos bastardos dos The Beatles, os Tame Impala, agora ganhamos mais uns: são os Foxygen, mas que nada têm a ver com os seus irmãos bastardos. Passo a explicar: é como comparar o Bruno Alves ao Cristiano Ronaldo. Não dá. Um é do Norte e diz mil caralhadas por cada 3,5s (ya, fiz as contas), o outro é da Madeira e nem sabemos se o que diz são caralhadas porque não percebemos patavina do que o gajo diz. Um joga à defesa, outro ao ataque. Mas ya, a cena é que estava mesmo, tipo, bué reticente para ouvir o álbum deles, dado o hype que se tinha ido gerando por aqui e por acolá. Era um nota 5, mesmo antes de o ter ouvido. Uma merda, portanto. O facto é que, certo dia, decidi ouvi-lo. Não sei bem o que me passou pela cabeça, não sei se foi por estar todo cego ou por vontade própria em desmistificar o hype, mas ya, fi-lo. E ainda bem: os Foxygen revelaram-se uma autêntica surpresa e um autêntico mimo para os ouvidos. Pop psicadélica aninhada nas raízes da Beatlemania, onde a imprevisibilidade é uma constante: parecem tipo o Messi ou o caralho; nunca sabemos que vem dali (a On Blue Montain e a Shuggie que o digam). Não sei o que mais diga, a não ser para ir ouvirem estes gajos imediatamente. Pode não ser a cena, mas, tipo, não há mesmo como não gostar. Nota final: 8.0/10 

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