3.25.2013

3 em 1 - #8



O três em um está de volta, como puderam constatar pela merda do link que viram algures pelo facebook e que vos fizeram vir cá ter. Ou não. Mas isso não interessa, ok. Hoje vamos falar do empate de Portugal em Israel. Lol, na brinca. Hoje vamos falar de três álbuns já deste ano e que já deviam ter ouvido. De quem são? São os novos álbuns de Jim James, Chelsea Light Moving e Suuns.

Jim James - Regions Of Light And Sound Of God (2013)

Capa - Jim James a olhar para cenas.
  
Jim James é o senhor que se esconde por detrás dos My Morning Jacket, banda que, sinceramente, nunca andou muito pelo meu Windows media player, vlc player, winamp, itunes ou qualquer outra que reproduza música num computador (ya, não sei bem os termos técnicos das cenas informáticas). A cena é que este novo álbum do nosso Jim está verdadeiramente apelativo, a começar pela música que lhe dá início: a sublime State Of The Art (A.E.I.O.U.) – já no meu pódio das melhores músicas de 2013 até à data -, onde as teclas se maculam em pequenas texturas psicadélicas. A partir daí, a qualidade mantém-se, mas nunca chega a atingir o ponto que a primeira faixa promete: ao longo do registo há quebras de ritmo a alternar com acelerações espontâneas, há teclas por todo o lado, há folk multifacetado patente em New Life, há esqueletos pop a incrassarem-se carnalmente com a vertente psicadélica que Jim imprime nas suas composições, mas há, sobretudo, uma promessa que ficou por cumprir e que foi dada na primeira faixa. Falha no alinhamento do álbum? Ya, talvez. Esperava mais, Jim. Nota final: 7.5/10


Chelsea Light Moving – Chelsea Light Moving (2013)

Saudades dos Sonic Youth

Os Sonic Youth morreram, mas a sua alma ainda está viva; vive em cada um dos elementos que constituía a banda e Thruston Moore comprovou isso mesmo neste seu novo projecto musical. Chelsea Light Moving, homónimo de estreia, traz-nos uma sonoridade que nos deixa a pensar “Hey, já ouvi isto algures”. E isso não consegue passar por despercebido e tem o seu ponto maior em temas como Sleeping Where I Fall, que, por acaso, até é um dos melhores temas do registo. Porém, existe uma vontade, embalsamada em timidez, em explorar novos territórios sonoros; territórios, esses, que se anotam mais noise e pesados. Territórios que se explodem na distorção ininterrupta aplicada nas guitarras. É aí que os Chelsea Light Moving ganham. Alighted ou Burroughs exsurgem-se com símbolos maiores e fazem com que este disco de estreia esteja bom, menos “Sonic Youthazado”. E ainda bem. Nota final: 7.7/10


Suuns Image Du Futur (2013)

Os Suuns são uns maus alunos, mas tiram nota 20 a algumas disciplinas.
 
Os Suuns já nos tinham dado em Zeros QC provas suficientes que poderiam ser uns dos grandes, não obstante o disco estava repleto de falhas. Havia uma incoerência gigante ao longo do registo, mas acima de tudo existia uma indecisão implícita quanto à sonoridade que estes queriam fazer; era um jogo de indecisões e o disco ora se revelava mais ambiente ora mais barulhento, mas sempre com o seu corpo psicadélico lá. Passados três anos, as indecisões mantêm-se. Porém, há uma maturação significativa face ao primeiro registo da banda. Há mais barulho – e a verdade é que os Suuns se revelam melhores e mais apelativos quando soltam mais barulho. Mirror Mirror é malhão. Eddie’s Dream é fofa. E Music Won’t Safe You é gira. O resto? Tudo na mesma e os Suuns continuam indecisos quanto ao som que querem fazer. E é pena que assim seja, porque curto mesmo destes gajos. Bem, à terceira é de vez. Oremos. Venha daí o novo álbum. Nota final: 6.8/10

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